Parlamentares querem mais diálogo do Executivo com servidores municipais

Há meses, os vereadores de Ibatiba requerem do Poder Executivo o cumprimento de revisões salariais e de equiparação de vencimentos para os funcionários do nível 1, entre outros direitos trabalhistas previstos em Lei, com o objetivo de ajustar a situação dos servidores municipais. Assim como o Poder Legislativo, o Sindicato dos Servidores de Ibatiba também mantém suas solicitações em pauta com a administração, mas sem retorno, o que resultou em greve, desde meados de julho.

São mais de 300 servidores, entre médicos, enfermeiros, professores, operários e serventes, parados em protesto. A situação se agravou com o descumprimento por parte do Executivo da ordem judicial para o pagamento de direitos trabalhistas aos servidores públicos. A administração foi condenada ao pagamento do adicional de periculosidade aos vigias municipais, no percentual de 30% sobre o vencimento base, bem como ao pagamento dos valores retroativos, que alcançam quase R$ 1 milhão.

“É preciso diálogo, pois a situação está complicada. Tentamos dialogar duas vezes, mas tem momentos em que a gente tem que cortar na própria carne. O índice da folha de pagamentos está próximo do limite, mas se for preciso tem que cortar cargo comissionado, cortar mais gastos. Precisamos encontrar uma saída”, analisou o Presidente da Câmara, Elias Cândido da Silveira.

De acordo com o Presidente do Sindicato, Edson Salotho, em nota oficial, “os servidores estão passando por um período de difícil solução, na qual a administração municipal, de forma desastrosa, sem planejamento, sem organização das despesas e receitas, e com muito desperdício de dinheiro público, se nega a cumprir seu compromisso com os seus funcionários”.

O que dizem os vereadores

“É vergonhoso chegar a esse ponto de cobrar do Prefeito mais diálogo com todos os funcionários, que estão solicitando os seus diretos, apenas. Tenho certeza de que em uma boa gestão há diálogo. Vai ficar cada vez mais difícil, no futuro, se uma decisão não for tomada agora. Estamos atravessando dias difíceis. Nós não vamos ser omissos nas decisões que precisam ser tomadas”, comentou o vereador Roberto Magnético.

“Esse dias de greve podem ter reflexo até o final do ano, como reposição de aula. Nós temos que intervir. Mais uma vez há descaso do Executivo com os servidores municipais, que são regidos pelo mesmo estatuto e deveriam ter os mesmos direitos, como serventes e merendeiras, garis e operários, do nível 1, e que mereceriam ao menos um salário mínimo”, analisou o vereador Fábio Ambrózio.

“Deixo clara a minha insatisfação com esse cenário. São muitos os danos causados para a população. E a culpa disso é da administração que não planejou, para que todo ano o reajuste aconteça. Ser do Executivo, hoje, requer planejamento. Se a administração respeitasse o nosso plano de cargos e carreiras, nós já teríamos avanço e não estaríamos brigando pelo reajuste, pelo adicional de insalubridade. E a proposta do Executivo não chegou a 10% do total das reivindicações do Sindicato”, explicou o vereador Carlos Alberto Santos.

“É preciso correr atrás dos direitos dos servidores. A administração não paga as agentes de saúde e não consegue dar um reajuste de 3% aos funcionários públicos. A população está acordando, descobrindo os seus direitos. Estou na defesa dos servidores e represento a população”, comentou o vereador Ivanito Barbosa.

“Eu espero que a justiça seja feita e que se cumpra as determinações do Judiciário sobre o Executivo. Enquanto eu estiver aqui eu defenderei os servidores do nível 1, que sobrevivem com menos de um salário mínimo. Não dá para o gestor municipal brincar com a justiça. Não tem diálogo com o gestor e a justiça tem que intervir”, analisou o vereador Marcus Rodrigo Amorim Florindo.